sábado, 29 de dezembro de 2007

27/12 - Lazy day




Acordei às 7h, mas o dia estava chuvoso e ventava muito, virei para o lado e dormi, coisa que não posso fazer com meus alunos em Porto Alegre. Às 8h, as coisas continuavam iguais lá fora, então chutei o balde, e decidi só acordar quando o sono acabasse, já sabíamos que o mar iria piorar. Levantei mesmo só depois das 10h, o Cauê, mais uma vez, cobriu-se até a cabeça e seguiu sonhando. Falei com o Julião, que reclamou por não ter rolado a prática, e me disse que as ondas estavam ruins.
Entrei no quarto e iniciei um sádhana. Enquanto fazia os ásanas, o Jadson bateu na porta e perguntou se eu sabia do horário e das ondas. O Cau acordou e não me deixou acabar a prática, ficou conversando comigo enquanto eu tentava fazer uma técnica de descontração.
Saímos do quarto, o dia continuava nublado, convidamos o Jadson para surfar, ele continuava jogando via internet, como faz o tempo todo em que está em casa. Passamos para pegar o Bruno e fomos olhar Off The Wall, por sugestão do Jadson. As ondas não estavam nada boas, mas dali deu para ver que em Rocky Point tinha muita gente, então decidimos surfar com menos gente e fomos pegar nossas coisas no carro.
A onda em Off The Wall, é muito rasa, depois que você acaba-a quase sempre toca com os pés no chão. Peguei uma onda boa e andei toda ela por dentro de um tubo, quando já achava que tinha saído, o lip bateu na minha cabeça, derrubando-me. Mesmo não tendo feito o tubo completo, com aquilo já tinha ganhado o dia. A onda vista de dentro, nos dá uma outra dimensão de tempo e espaço, é uma experiência incrível que nenhum outro esporte proporciona. Para mim, aqueles míseros segundos, duraram muito tempo, e aquela imagem de ver a onda rodando por cima de mim, não me saia da cabeça. Um tempo depois vi o Bruno fazer um tubo completo, saindo dele sem ser tocado pela onda. Parecia que estava num filme de surf, e o melhor, era um amigo que surfava.
De todos os moleques que vi surfando aqui no Hawaii, nenhum tinha um surf tão explosivo quanto o Jadson. Ele parecesse que está tomado. Assim que fica em pé na prancha sai manobrando sem parar. Foram as manobras mais fortes e radicais que vi até agora. Sem contar nos inúmeros aéreos que ele deu num mar ridículo. Fomos para casa sempre dando muita risada, porque quando juntam-se 4 meninos na nossa faixa de idade, é claro que falasse muita besteira.
O almoço, mais uma vez foi banquete, aproveitei a receita que o Dinar me mandou e fiz uma lentilha vermelha, que ficou deliciosa. Preparei um antepasto com berinjela, cebola, pimentão e cenoura. Esquentamos o purê e uma massa que o Cau fez na noite anterior, tiramos a salada da geladeira e o banquete estava completo. Até o Julião, que nunca tem fome, comeu um prato e elogiou.
Logo que acabamos o almoço, que começou às 16h, dei uma intimada no Júlio para vermos as pranchas que ele quer vender. Estamos há dias namorando-as, e resolvemos, eu e o Cau, fazer um pacotão, para barganhar um preço melhor. Levamos as pranchas para a sala e ficamos uma duas horas negociando e conversando sobre cada uma delas. Foi muito bom, porque pela primeira vez eu pude ficar falando sobre pranchas, olhando, botando embaixo do braço e ninguém achou isto ruim. O Jadson disse que eu sou o cara mais fissurado em prancha que ele já conheceu, ele falou que fico abobado quando vejo uma prancha, mas naquela noite vi que o Julião gosta mais delas do que eu. Enquanto negociávamos ele olhava para as pranchas com carinho, dava para ver que se pudesse, ficava com todas. Inclusive, quando fechamos negócio, ele dizia:
- Tá, meu, leva esta prancha para o teu quarto, que eu não quero nem vê-las mais.
Eu me diverti demais com tudo aquilo. Queria comprar duas pranchas dele, e toda hora eu fazia uma oferta mais baixa, mas o cara é ruim de negócio, depois de um certo preço, não baixou mais. Acabei comprando uma prancha que vi no primeiro dia e sabia que seria ideal para o Brasil. Tem a possibilidade de usá-la com 4, 3 ou 2 quilhas. Deve andar muito. A outra eu vou deixar pra depois, senão acabo com todo meu dinheiro logo antes de 2008.
O Cau ficou indeciso, apesar de a prancha que ele escolheu ser linda. No fim das contas, o Júlio trouxe a prancha para dentro do quarto e colocou na frente da cama do Cauê, só para ele ficar na vontade de surfar com ela.
Antes de dormir, marcamos, mais uma vez, uma prática para às 7h, antes do surf e do café da manhã. Todo mundo se comprometeu em acordar. Novamente, o Júlio e o Jadson ficaram vendo Tropa de Elite, mas tive que ir ali desligar o computador, porque ambos dormiam antes da metade do filme.
Deitei-me feliz, olhando para minha pranchinha, que só será usada no Brasil.

Um comentário:

Anônimo disse...

amo muito a sua intensidade!