- Cau, foi para surfar este tipo de onda que eu vim para o Hawaii. Não quero mais nada além de entubar.
Ele estava estreando a prancha que acabou comprando, e isto somando às condições incríveis, fizeram que seu surf foi o melhor que já vi fazer. Toda hora ele voltava me dizendo que a prancha era mágica e que havia feito um boa manobra ou pegado um tubo. Eu só pensava em passar por dentro daqueles cilindros azuis que não paravam de quebrar sobre a bancada de Rocky Point, as manobras eu só fazia depois disso.
Depois de 4 horas dentro da água, eu resolvi sair, os braços já não tinham forças para me levar ao fundo. Da areia, era lindo ver aquelas ondas e o que os surfistas faziam nelas. Era um verdadeiro espetáculo!
O Cau demorou um pouco mais para sair, e dali fomos para o supermercado, alimentar nossos corpos cansados, mas cheios de vontade de surfar mais. Comemos banana, castanha e uns croissants que compramos. Depois de uma hora e meia, voltamos para dentro do mar. Nesta segunda queda, havia muita gente na água, foi quando senti o que é a crowd aqui no hawaii. Estava muito difícil de pegar um onda, a disputa era intensa, haviam locais e muitos profissionais. Aqui ninguém surfa mal, e isso dificulta bastante. Mesmo assim, deu para surfar algumas ondas, andei fundo dentro de um tubo, talvez o mais fundo que andei até agora aqui. Saímos do mar quando a noite já caia, manchando o céu de um azul escuro.
Já no carro, o Cauê comentou:
- Cara, que dia de surf. Peguei o melhor tudo da minha vida e nunca tinha surfado ondas tão clássicas. Foram 6 horas do melhor surf que já fiz.
No caminho para casa lembramos que o Jadson queria ir numa loja de eletrônicos para comprar um Play Station e um I-pod, e tinhamos combinado de fazer isso nesta noite:
- Bah, eu vou dizer para o guri que não vai dar par ser hoje.
Apesar de todo esforço e cansaço para surfar por todo aquele tempo, meu corpo não parecia exausto naquela hora, mas eu sabia que quando comesse e deitasse, seria difícil levantar.
Chegamos em casa, depois do banho o Jadson e o Júlio nos chamaram para irmos ao Wallmart. O Júlio tinha que comprar coisas para a casa e o Jadson ia aproveitar a viagem. Levantei-me logo e disse que tínhamos que sair logo, senão eu não ia conseguir sair depois.
Lá naquela megaloja o Jadson pegou o Cauê para ajudá-lo com o viadeogame. Depois o Cau me contou que a criança não parava quieto, fazia mil perguntas e andava de um lado para outro incesamentemente:
- Cadê o Playstation 2? Cara, mas será que tem memory stick? E o ipod, compro o de 80gb ou 160gb? Mas quanto é o Playstation? E a máquina digital, tem aqui?
Depois que acabamos as compras, ajudamos ele com seu vídeo-game. A compra do ipod ficou para outra hora, pois lá estava em falta o com maior capacidade, ele estava indeciso sobre qual comprar. Saiu da loja pulando de felicidade:
- Cara, agora ninguém me segura!
Na volta para casa, e depois dentro do quarto, eu e o Cau não parávamos de lembrar aquele surf que tínhamos testemunhados. Um olhava para o outro, mesmo sem dizer nada, e ríamos, pois era pra isso que viemos até aqui. Para nos sentirmos tão felizes como Jadson e seu Playstation, mas nossa felicidade, bem como grande parte da dele, vinha daquelas ondas, que chegam até nós gratuitamente, e ninguém as impede de quebrar.
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